A troca de mensagens envolvendo o deputado estadual Rodrigo Bacellar, então presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), foi um dos elementos que motivaram a prisão do desembargador Macário Judice Neto, na manhã desta terça-feira (16), durante a segunda etapa da Operação Unha e Carne, conduzida pela Polícia Federal (PF).
A investigação apura o vazamento de informações sigilosas relacionadas à Operação Zargun, que em setembro deste ano resultou na detenção do ex-deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos Silva, o TH Joias, por suspeitas de envolvimento com o Comando Vermelho (CV) e diversos crimes; segundo a PF, mensagens entre Bacellar e outras autoridades teriam sido decisivas para orientar a investigação.
Na primeira fase da operação, Bacellar foi preso preventivamente por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), sob a acusação de ter vazado detalhes sigilosos da ação policial que levou à prisão de TH Joias, além de possivelmente indicar formas de obstruir os trabalhos da PF.
Após a detenção, a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) aprovou por 42 votos a favor e 21 contra a revogação da prisão de Bacellar, que foi solto com medidas cautelares, incluindo afastamento da presidência da Casa e uso de tornozeleira eletrônica.
De acordo com as investigações, as mensagens trocadas com Rodrigo Bacellar — interceptadas e analisadas pela PF — evidenciam que ele estava em contato com pessoas investigadas e podem ter contribuído para o vazamento de dados sigilosos e a obstrução da ação policial. Esses diálogos ajudam a explicar a inclusão do desembargador na nova fase da operação e sua consequente prisão.
O caso continua sob investigação e tem gerado intenso debate político no Rio de Janeiro, com repercussões na própria Alerj e no Supremo Tribunal Federal.






