A poucas horas de uma reunião decisiva com o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o governo do Rio de Janeiro divulgou novas imagens de drones e câmeras corporais de policiais que participaram da megaoperação realizada no fim de outubro. O material mostra confrontos diretos entre agentes e criminosos em comunidades dominadas pelo Comando Vermelho.
Além dos vídeos, o Palácio Guanabara tornou pública uma lista com 115 mortos durante a ação, informando que 97 deles possuíam antecedentes criminais. Segundo o governo estadual, a divulgação tem o objetivo de reforçar a “transparência” e demonstrar que a operação ocorreu dentro da legalidade.
Nos bastidores, porém, a iniciativa é vista como uma estratégia política para sensibilizar o ministro Alexandre de Moraes, que tem cobrado explicações sobre a letalidade das operações policiais no estado e o cumprimento das determinações da ADPF das Favelas — ação que exige medidas de redução da violência e proteção de direitos humanos em comunidades cariocas.
A megaoperação, realizada em 28 de outubro, resultou em intensos tiroteios e deixou dezenas de mortos, reacendendo o debate sobre o uso da força policial e os limites da atuação do Estado em áreas de conflito. Entidades de direitos humanos criticaram a falta de transparência nos relatórios oficiais e cobraram investigações independentes.
A reunião entre o governador Cláudio Castro e o ministro Alexandre de Moraes deve definir os próximos passos da fiscalização federal sobre as operações no Rio de Janeiro. O encontro ocorre em meio a forte pressão política e institucional, com o STF avaliando possíveis medidas para garantir o cumprimento das determinações judiciais relacionadas à segurança pública no estado.






