Após megaoperação que deixou mais de 120 mortos, governos federal e estadual alinham criação de centro conjunto de combate ao crime organizado.
O governo federal, sob a liderança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e o governo do Rio de Janeiro, comandado por Cláudio Castro, definiram nesta segunda-feira (3) a estrutura do escritório emergencial de combate ao crime organizado no estado. A iniciativa tem como objetivo fortalecer a cooperação entre forças de segurança federais e estaduais diante da escalada da violência no Rio.
A medida surge após uma megaoperação policial realizada nos complexos do Alemão e da Penha, que resultou em 121 mortes e reacendeu o debate sobre a política de segurança pública e o uso da força policial no estado.
De acordo com informações da CNN Brasil, o secretário nacional de Segurança Pública, Mário Sarrubo, e o secretário estadual, Victor Santos, se reunirão nos próximos dias para definir a governança, cronograma e dinâmica de atuação do novo escritório. A proposta é que o espaço funcione como um centro de coordenação estratégica, integrando Polícia Federal, Polícia Civil, Polícia Militar e demais órgãos de segurança.
O Ministério da Justiça e Segurança Pública já enviou 20 peritos da Polícia Federal ao Rio de Janeiro para reforçar os trabalhos periciais, incluindo áreas de criminalística, genética forense e medicina legal. O apoio técnico tem como foco aprimorar a coleta de provas e a investigação de crimes ligados a facções e milícias.
A criação do escritório é vista como um embrião da futura PEC da Segurança Pública, que pretende estabelecer uma estrutura permanente de cooperação entre União, estados e municípios no combate ao crime organizado. O governo federal acredita que a integração entre diferentes forças pode trazer mais eficiência e transparência às operações.
A iniciativa, no entanto, também desperta debates sobre o equilíbrio entre intervenção federal e autonomia estadual, além de reforçar a necessidade de protocolos claros para a proteção dos direitos humanos durante as operações.






