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13º salário injeta R$ 39 bilhões em SP e RJ, mas alto endividamento limita o consumo

13º salário injeta R$ 39 bilhões, mas famílias seguem estranguladas por dívidas

A chegada do 13º salário costuma ser um dos momentos mais importantes do ano para a economia brasileira — especialmente para o varejo. Em 2025, não é diferente: a expectativa é de que R$ 39 bilhões circulem nas economias de São Paulo e Rio de Janeiro, segundo dados apresentados pelo InfoMoney.

Porém, junto com o otimismo natural dessa época, existe um grande desafio: o elevado endividamento das famílias, que ameaça reduzir o impacto positivo desse dinheiro extra no comércio.

São Paulo deve receber R$ 30,8 bilhões com o 13º

Em São Paulo, o Sindicato dos Lojistas estima que as duas parcelas do 13º salário representarão R$ 30,8 bilhões injetados na economia local.

Esse acréscimo tradicionalmente fortalece setores como vestuário, calçados, eletrônicos e presentes, que se preparam para um pico de vendas em dezembro.

No entanto, o otimismo é moderado. Apesar do aumento de faturamento esperado, o setor também enfrenta custos elevados no fim do ano, como pagamento de 13º aos funcionários e jornadas de trabalho estendidas — fazendo com que vendas maiores não signifiquem necessariamente lucros maiores.

Rio de Janeiro deve movimentar R$ 8,5 bilhões

No Rio, a previsão é de que apenas a segunda parcela do 13º injete mais de R$ 8,5 bilhões na economia.

O comércio fluminense está mais animado, com expectativa de crescimento de 5% nas vendas em dezembro, segundo associações de lojistas.

Ainda assim, o cenário também é de cautela: o peso das dívidas e o crédito caro podem reduzir a disposição das famílias para consumir além do essencial.

Endividamento recorde limita o impacto do 13º

A principal ameaça ao efeito positivo dessa injeção financeira é o alto nível de endividamento.

Em São Paulo, 72,7% das famílias estavam endividadas em setembro. No Rio de Janeiro, o índice é ainda mais preocupante: 88,7% das famílias estavam endividadas em outubro.

Com esse cenário, uma fatia significativa do 13º deve ser destinada ao pagamento de dívidas, especialmente cartão de crédito, empréstimos pessoais e contas atrasadas.

Ou seja, menos dinheiro disponível para compras de fim de ano.

Juros altos pressionam o consumo

Outro fator que limita o efeito multiplicador do 13º é o custo do crédito.

Com taxas elevadas, as famílias evitam assumir novas dívidas, mesmo diante das ofertas de Natal e Ano-Novo.

Para o varejo, isso significa que a recuperação pós-pandemia e pós-inflação segue acontecendo de forma lenta e desigual, dependente fortemente da renda extra que surge no fim do ano.

O que esperar para o comércio neste fim de ano?

Mesmo com o cenário desafiador, a tendência é de um dezembro melhor que o de meses anteriores.

Mas não será um boom: será um crescimento moderado, puxado principalmente por compras planejadas, reposições, presentes de menor valor e oportunidades de liquidação.

As empresas que devem se sair melhor são aquelas que:

oferecem facilidade de pagamento sem juros, trabalham com produtos de ticket médio mais baixo, investem no digital e no atendimento híbrido, apostam em promoções reais e transparentes.

Conclusão

O 13º salário continua sendo um dos principais motores do comércio brasileiro e garante um respiro para as economias de SP e RJ. Porém, o endividamento elevado e o crédito caro limitam o potencial desse dinheiro extra.

O resultado é um fim de ano com movimento — mas longe de ser explosivo.

A expectativa é positiva, mas realista: mais gente comprando, mas com cautela.

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