O governo dos Estados Unidos deve entregar, nas próximas semanas, uma proposta formal de parceria com o Brasil para intensificar o combate ao crime organizado — afirmou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Durante reunião realizada em 4 de dezembro com o encarregado de negócios americano, Gabriel Escobar, Haddad apresentou os detalhes da chamada “operação Poço de Lobato” e defendeu que as facções criminosas que agem entre os dois países precisam ser monitoradas com um mecanismo de cooperação permanente.
A proposta envolve a criação de um canal direto de comunicação entre Brasil e EUA, possibilitando trocas rápidas de informações sobre movimentações financeiras suspeitas, exportações irregulares ou remessas vinculadas a organizações criminosas, além da identificação de exportadores, intermediários e cargas que contenham peças ou armas ilegais.
Se aprovada, a parceria deve ir além da mera troca de dados — prevendo protocolos operacionais conjuntos para rastreamento de ativos, bloqueio de recursos ilícitos e resposta imediata em casos de apreensão de armas ou cargas suspeitas.
Segundo Haddad, a cooperação internacional será fundamental porque o crime organizado opera de forma transnacional — com lavagem de dinheiro via fundos no exterior e remessas ilegais de armas. Ele avaliou que o entusiasmo da delegação americana indica que a proposta pode se tornar realidade em breve.
A medida surge após o Brasil ter enviado documentos à embaixada dos EUA detalhando investigações sobre fundos suspeitos e o suposto envio de armas — parte de iniciativas recentes para “asfixiar” financeiramente as facções criminosas em vez de focar só em prisões.






