🔎 O que aconteceu
Em 2 de setembro, forças militares dos Estados Unidos atingiram uma embarcação no Caribe acusada de transportar drogas — um dos vários alvos de uma campanha que já registra dezenas de ataques desde setembro de 2025.
Segundo o governo americano, o barco estava a caminho de se encontrar com outra embarcação maior, para transferir carga, o que justificaria a ação preventiva.
Após a explosão inicial — que destruiu a embarcação e matou parte da tripulação — dois homens sobreviveram à explosão, agarrados a destroços, sem armas, sem meios de locomoção ou comunicação.
Mesmo assim, os militares americanos dispararam novamente contra os sobreviventes, causando sua morte.
O caso veio à tona recentemente, após exibição de vídeo sigiloso da operação a parlamentares dos EUA — que mostram claramente os dois sobreviventes, vulneráveis, momentos antes da segunda salva.
⚠️ Controvérsia e críticas
Críticos, especialistas em direito internacional e membros de comissões legislativas denunciam que o segundo ataque constitui possível crime de guerra — uma vez que atirar em náufragos ou pessoas incapacitadas viola tratados e manuais de conflito armado.
Para defensores da ofensiva, os alvos permaneciam legitimamente visados porque a embarcação transportava drogas e poderia alertar outros traficantes — argumento duramente contestado por quem aponta que a tripulação já não oferecia ameaça.
A revelação do vídeo gerou forte repercussão no Congresso dos EUA: parlamentares pedem transparência, responsabilização dos comandantes e possível revisão da campanha militar.
Organizações de direitos humanos alertam que a estratégia militar contra navios suspeitos de tráfico configura um perigoso precedente: a definição de “narcotraficante” como inimigo militar e a legitimação de ataques letais sem julgamento ou prisão.
🌐 Consequências e desdobramentos
A campanha dos EUA já somaria 22 ataques confirmados desde setembro, com pelo menos 87 mortes. A acusação de crime de guerra e a crescente pressão internacional — com investigações em andamento — colocam em xeque a legitimidade da “guerra às drogas” conduzida por meios militares. A tensão diplomática cresce, sobretudo com países da América Latina, que podem questionar a soberania marítima e os limites do uso da força em águas internacionais. A imagem dos EUA no exterior sofre impacto: a definição de traficantes como “inimigos militares” e o uso de ataques letais intensificam o debate sobre direitos humanos e segurança global.






