O comando nacional do PT formalizou uma estratégia de mobilização entre suas bases e aliados com o objetivo de enfrentar o que o partido denomina como “fascismo” — em referência ao bolsonarismo e à agenda de extrema direita. A resolução aprovada pelo partido ignora deliberadamente a pré-candidatura de Flávio Bolsonaro e concentra foco nas ações e no possível projeto presidencial de Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo.
Segundo o documento, o PT considera que o bolsonarismo representa “risco à democracia e às instituições brasileiras” e que a conjuntura atual exige “unidade e mobilização social em defesa do Estado democrático”. Entre os itens da resolução estão convocações a atos públicos, campanhas de conscientização e articulações entre movimentos sociais, sindicais e parlamentares para compor uma “frente antifascista” em todo o país.
O partido argumenta que, com a prisão de ex-governantes e membros do alto escalão acusados de crimes graves — inclusive tentativa de golpe de Estado — o Brasil vive um momento histórico. “A democracia venceu, mas segue ameaçada por quem tenta retomar o poder pelo golpe, pela violência e pelo ódio”, diz o texto, segundo excertos divulgados.
🎯 Por que o foco recai sobre Tarcísio de Freitas
Embora Flávio Bolsonaro seja o nome mais associado ao bolsonarismo, a nova resolução do PT optou por não citá-lo — optando por mirar em Tarcísio de Freitas como principal rival à esquerda. A justificativa é que, segundo o partido, Tarcísio representa “o projeto neoliberal e privatista” e personifica uma proposta de governo marcada por “redução do Estado, entrega de bens públicos e enfrentamento ideológico” contra a agenda progressista.
A estratégia sugere que o PT aposta em construir uma narrativa onde a disputa eleitoral de 2026 não se dará somente em torno de heranças bolsonaristas, mas enfrentará diretamente o que considera uma nova forma de “direita neoliberal e conservadora” — com Tarcísio como rosto.
🔎 Alternância de alvo e mudança de tática
A escolha por “ignorar” o nome de Flávio Bolsonaro pode sinalizar uma mudança no cálculo eleitoral do PT. De acordo com analistas, isso indica que o partido busca ampliar o leque de disputas, evitando a polarização direta com o bolsonarismo — e também tentando desgastar o eventual novo líder da direita, projetado em Tarcísio.
Para a base petista, a mobilização incluirá atos públicos, campanhas institucionais e articulação com movimentos sociais e sindicatos para barrar o que consideram retrocessos em direitos civis, sociais e democráticos. A ideia é transformar 2026 em uma disputa não só eleitoral, mas ideológica — de valores.
📅 O que observar até 2026
A agenda de mobilizações nacionais convocadas pelo PT — se serão apenas simbólicas ou se tem organização estrutural para percorrer o país. A reação de Tarcísio de Freitas e de seus aliados políticos à ofensiva: se reagirão institucionalmente, com críticas ou judicialmente. O comportamento das demais forças de direita: se vão se unir em torno de Tarcísio ou se haverá fragmentação. O impacto na opinião pública — especialmente entre jovens e classes médias — e o papel de redes sociais, sindicatos e movimentos sociais nesse debate.






