O senador Alessandro Vieira (MDB-SE), relator da CPI do Crime Organizado, afirmou nesta terça-feira (5) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi “infeliz” ao criminalizar antecipadamente a megaoperação policial realizada no Rio de Janeiro.
Durante entrevista ao programa WW, da CNN Brasil, Vieira disse que Lula se posicionou sem ter acesso a dados concretos sobre o caso e que esse tipo de declaração pode enfraquecer o trabalho das forças de segurança.
“O presidente foi infeliz ao criminalizar a operação antes de entender o contexto. É preciso investigar e cobrar resultados, mas não se pode generalizar”, afirmou o senador.
A operação, que deixou dezenas de mortos, foi classificada como “extremamente violenta” por Vieira, que reconheceu a complexidade do cenário de confronto entre facções. Segundo ele, todos sabiam que a ação teria alto risco, mas isso não significa que os policiais devam ser tratados como criminosos.
“Não se pode criminalizar a polícia por princípio, assim como não se pode tratar toda a comunidade como criminosa”, acrescentou.
Vieira também criticou a politização do debate sobre segurança pública, afirmando que há um “cálculo eleitoral” por parte de diferentes espectros ideológicos.
“A direita costuma se apropriar do discurso da segurança, enquanto a esquerda foca na desigualdade. É preciso equilíbrio, políticas públicas e transparência”, disse o senador.
A declaração de Lula ocorreu após a megaoperação que o presidente classificou como uma “matança” — o que gerou forte reação de entidades policiais e da oposição. O caso segue sob investigação, e o Ministério da Justiça solicitou relatórios detalhados sobre a ação.






