Nesta semana, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), buscou dar impulso à pauta legislativa de forma acelerada, marcando reuniões de líderes, acionando relatores e movimentando textos represados há tempos. A iniciativa incluiu variados temas, desde projetos econômicos até processos que poderiam afastar parlamentares considerados “problemáticos”.
Entretanto, a tentativa de Motta de “canetar” a pauta — isto é, conduzir decisões com rapidez e autoridade — esbarrou na falta de articulação política com os pares, frustrando suas expectativas. Embora tenha apostado que os deputados Glauber Braga (PSOL-RJ) e Carla Zambelli (PL-SP) perderiam seus mandatos em votações recentes, o resultado não saiu como planejado, levando a uma derrota dupla na Casa.
Interlocutores no Congresso apontam que Motta acreditou nos resultados esperados sem garantir apoio suficiente, revelando uma carência de negociação prévia com líderes partidários e aliados essenciais. Além disso, fontes internas consideraram pouco prudente colocar casos distintos sob o mesmo enfoque, dado que as situações de Braga e Zambelli tinham contextos legais e políticos diferentes.
Com isso, cresce a expectativa de que Motta tente retomar o controle da Câmara em outros fronts, especialmente acelerando o processo de cassação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por faltas — ação que, ao contrário dos casos anteriores, poderá ser conduzida sem votação no plenário e, portanto, diretamente decidida pela presidência da Casa.






