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Correios estudam joint venture e abertura de capital para sair da crise financeira

Os Correios estão avaliando medidas estruturais para enfrentar uma crise financeira profunda. Segundo a CNN Brasil, a estatal estuda tanto a criação de uma joint venture com empresas privadas quanto a abertura de capital, por meio da venda de ações, como uma forma de captar recursos para sustentabilidade financeira. 

Crise financeira e plano de reestruturação

A estatal postal atravessa um momento delicado: no primeiro semestre de 2025, registrou um prejuízo de R$ 4,36 bilhões, e seu plano de reestruturação prevê diversas medidas drásticas para reverter a situação até 2026. 

Entre as estratégias estão: fechamento de agências, demissão voluntária e a contratação de uma consultoria especializada em mercados financeiros para definir a melhor forma de captação de recursos. 

Joint venture e abertura de capital

Uma das ideias mais ousadas é a criação de uma joint venture — ou seja, a fusão de partes estratégicas dos Correios com empresas privadas — para gerar sinergia e injetar capital, sem perder o controle estatal sobre os serviços postais centrais. 

Simultaneamente, a estatal pretende realizar um IPO (oferta pública de ações) para levantar até R$ 20 bilhões, mantendo a União como acionista majoritário. 

Garantia de serviço postal

Fontes ligadas à nova gestão dos Correios afirmam que uma condição inegociável para qualquer reestruturação será a continuidade do serviço postal universal. Mesmo com novas parcerias ou entrada de capital privado, a entrega de correspondência pelo país inteiro deve permanecer sob responsabilidade da estatal. 

Papel do BNDES

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) já está envolvido no processo: selecionou um consórcio para estudar possíveis modelos de privatização ou reestruturação societária. 

Esses estudos devem orientar quais partes dos Correios podem ser “fatiadas”, como será a participação de terceiros e quais seriam os impactos operacionais e regulatórios.

Desafios e riscos

A operação de abertura de capital pode ser arriscada se a empresa não conseguir demonstrar viabilidade e perspectivas de lucro. Uma joint venture pode gerar conflito de interesses entre a missão social dos Correios (entrega em todo o Brasil) e a lógica de lucro das empresas privadas. Manter o controle estatal pode limitar o apetite de investidores, dependendo da estrutura acionária proposta.

Conclusão

A estratégia dos Correios é ambiciosa, mas mostra urgência: a empresa busca sobreviver sem abrir mão completamente de sua função social. Se bem executadas, a joint venture e a abertura de capital podem dar novo fôlego à estatal, aliviando o caixa e modernizando suas operações. No entanto, o sucesso dependerá de negociações complexas e da capacidade de equilibrar lucro e serviço público.

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