O principal índice da bolsa brasileira, Ibovespa (IBOV), teve uma queda acentuada nesta sexta-feira (5/12), fechando com recuo de 4,31%, aos 157.369 pontos — sua maior desvalorização diária desde fevereiro de 2021.
A sessão começou em alta: pouco antes da reversão, o índice havia atingido a marca histórica de 165 mil pontos.
O câmbio também reagiu fortemente: o dólar à vista disparou 2,34%, encerrando o dia a R$ 5,4346. Foi o maior salto percentual da moeda desde meados de outubro de 2025.
O movimento de venda generalizada reflete a apreensão dos investidores após a sinalização do ex-presidente Jair Bolsonaro de que seu filho, o senador Flávio Bolsonaro, será candidato à Presidência em 2026. A expectativa é de que a candidatura de Flávio intensifique a polarização política e reduza as chances de reformas econômicas, o que eleva o risco percebido pelos mercados.
Alguns analistas consultados pela mídia apontam que, em um eventual segundo turno contra o atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, Flávio teria menor competitividade. Isso, segundo eles, reforça a desconfiança sobre o rumo da política econômica e as perspectivas para investimento no Brasil.
Além do clima político, investidores monitoravam também a recente divulgação de dados econômicos nos Estados Unidos, como o índice PCE (índice de preços de gastos com consumo), que influencia expectativas de juros internacionais — outro fator que reverbera sobre a cotação do dólar e a movimentação da bolsa.






