Lula destaca papel estratégico dos minerais críticos na nova economia global
Durante um evento internacional, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu que países em desenvolvimento devem preservar sua soberania sobre minerais críticos, como lítio, níquel, cobre, grafite e terras raras — recursos essenciais para setores de alta tecnologia e para a transição energética global.
Segundo Lula, esses países não podem repetir erros históricos de exploração predatória, onde riquezas naturais foram extraídas sem gerar desenvolvimento local. A fala reforça a necessidade de autonomia e planejamento estratégico para garantir que essas matérias-primas sejam usadas como alavancas de crescimento interno.
Recursos estratégicos e disputa global
Os chamados minerais críticos tornaram-se centro de uma grande disputa geopolítica. Eles são fundamentais para a produção de:
baterias de veículos elétricos, painéis solares, turbinas eólicas, semicondutores, telecomunicações e equipamentos médicos.
Por serem indispensáveis à transição energética e à indústria de ponta, esses minerais passaram a ser considerados tão estratégicos quanto petróleo e gás no século passado.
Lula alertou que, nesse cenário, países com grandes reservas naturais — como o Brasil e diversas nações da América Latina, África e Ásia — precisam se unir para proteger seus interesses.
Brasil quer mapear minerais críticos e ampliar valor agregado
O presidente também mencionou que o governo criará uma comissão para mapear os minerais críticos presentes em território brasileiro, com o objetivo de identificar áreas de exploração, ampliar investimentos e garantir que o país avance na industrialização, e não apenas na exportação da matéria bruta.
A proposta inclui:
mapeamento geológico atualizado, atração de investimentos para processamento e industrialização, criação de cadeias produtivas internas, fortalecimento da soberania tecnológica.
Lula reforçou que o Brasil não pode continuar exportando riqueza natural e importando produtos acabados com valor agregado muito maior.
União entre países em desenvolvimento
Outro ponto destacado foi a necessidade de que países do Sul Global trabalhem em conjunto. Segundo o presidente, somente através da cooperação internacional será possível evitar que nações ricas concentrem o controle sobre a produção e o comércio desses minerais.
O discurso enfatiza que soberania não significa isolamento, mas sim garantir que acordos internacionais sejam equilibrados e tragam benefícios reais para as populações locais.
Conclusão
A defesa da soberania sobre minerais críticos mostra uma mudança importante na postura do Brasil no cenário global. Em vez de ser apenas fornecedor de matéria-prima, o país busca assumir um papel protagonista na economia verde, na inovação e na transição energética.
O recado de Lula é claro: os países em desenvolvimento precisam transformar seus recursos naturais em desenvolvimento social, tecnológico e econômico — e não apenas em lucro externo.






