A direção do PL passa a defender que o senador Flávio Bolsonaro, pré-candidato do partido à Presidência, promova um verdadeiro “road show” junto ao mercado financeiro e ao setor produtivo no início de 2026. A estratégia visa reduzir os temores gerados após sua escolha para concorrer ao Planalto — e reconquistar a confiança de investidores e agentes econômicos.
📉 Contexto: por que o apelo
A indicação de Flávio pelo ex-presidente e líder do partido provocou uma forte reação do mercado: na sexta-feira seguinte ao anúncio, a Bolsa brasileira teve queda expressiva e o dólar disparou — reflexo da incerteza sobre o rumo econômico em caso de vitória do nome.
Segundo correligionários, a iniciativa do “road show” envolveria encontros com fundos de investimento e empresários, com o apoio de nomes importantes da gestão econômica — como ex-ministros do governo anterior — para transmitir “moderação e segurança” no plano de governo.
🎯 O que o PL pretende com a iniciativa
Demonstrar compromisso com agenda econômica liberal e reformas estruturais, mantendo discurso de continuidade da política econômica da gestão anterior, mas com garantia de previsibilidade e estabilidade. Restabelecer o diálogo com o mercado financeiro e investidores: mostrando que a candidatura não representará ruptura abrupta ou imprevisibilidade, e sim retomada de confiança. Atrair apoio de empresários e fundos que temem instabilidade política e econômica, reforçando que o PL está atento às necessidades do mercado. Neutralizar a reação negativa nos preços de ativos — com Bolsa mais estável e câmbio menos volátil — em um momento sensível para investidores.
🧩 Desafios e incertezas
Apesar da movimentação do partido, analistas apontam que o simples anúncio de candidaturas pode não ser suficiente para reverter a aversão ao risco. A rejeição à candidatura de Flávio entre parte do eleitorado e a possível desconfiança externa quanto à continuidade das reformas podem manter o nervosismo do mercado.
Além disso, há resistência interna no “Centrão” e entre aliados, o que pode comprometer a unidade do campo de direita — um sinal de fragilidade política que, por sua vez, dificulta promessas de estabilidade econômica.
🔎 O que o mercado espera ver para baixar a tensão
Para que o “road show” surta efeito e o mercado reagre com mais confiança, será necessário mais do que encontros e discursos — é provável que investidores esperem um plano de governo econômico estruturado, com metas claras para inflação, dívidas, reformas e crescimento sustentável.
Também será importante coerência nas alianças políticas internas do PL e com aliados externos — qualquer sinal de desorganização pode reativar temores sobre instabilidade institucional e fiscal.
Por fim, o mercado acompanhará indicadores macroeconômicos nos próximos meses. A fé do PL de que um “novo começo” com Flávio possa restabelecer a confiança dependerá de dados concretos, e não apenas de promessas.






