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Putin reafirma: Rússia vai tomar toda a Donbas “militarmente ou de outra forma” — entenda o impacto

Rússia dobra aposta e exige controle total de Donbas

Em entrevista divulgada em 3 de dezembro de 2025, o presidente russo Vladimir Putin afirmou que a Rússia pretende assumir o controle total da região ucraniana de Donbas — composta pelas províncias de Donetsk e Luhansk — “de qualquer maneira”: seja pela força militar, seja pela retirada das tropas ucranianas. 

Segundo Putin, “ou libertamos esses territórios pela força das armas, ou as tropas ucranianas deixam esses territórios”. 

Contexto: o que já se sabe sobre a ocupação russa

Desde o início da invasão em fevereiro de 2022, a Rússia mobilizou dezenas de milhares de soldados para a Ucrânia.  Atualmente, Moscou controla cerca de 19,2% do território ucraniano, incluindo a península da Crimeia — anexada em 2014 — toda a região de Luhansk, mais de 80% de Donetsk, e vastas porções das áreas de Kherson e Zaporizhzhia, entre outras. 

Ainda assim, aproximadamente 5.000 km² de Donetsk permanecem sob controle ucraniano. 

A rejeição de Kiev — e o risco de novos combates

O governo ucraniano, liderado por Volodymyr Zelenskiy, rejeita categoricamente entregar território à Rússia — especialmente quando Moscou não conquistou essas áreas em campo.  Zelenskiy já afirmou que desistir de Donbas seria inconstitucional e um presente à agressão russa. 

Para analistas de defesa, a declaração de Putin representa uma intensificação clara da ofensiva: o objetivo russo não é mais apenas consolidar o território já ocupado, mas completar a anexação de Donbas — o que poderia aumentar a escala dos combates nas áreas ainda controladas por Kiev. 

Diplomacia sob tensão: EUA, Rússia e futuro das negociações

A declaração de Putin ocorre pouco depois de uma rodada de negociações entre a Rússia e os Estados Unidos — simbolizada pelo encontro entre o Kremlin e os enviados americanos Steve Witkoff e Jared Kushner. Moscou chegou a concordar com algumas propostas de paz apresentadas por Washington, mas a exigência de controle sobre Donbas permanece central e inegociável. 

Com isso, torna-se improvável um acordo de paz realista que mantenha a integridade territorial da Ucrânia. Para muitos diplomatas ocidentais e autoridades de Kiev, a recusa de abrir mão de Donbas significa que a guerra poderá se prolongar — com mais destruição, sofrimento civil e instabilidade regional. 

O que pode vir a seguir — cenários possíveis

Ofensiva russa intensificada — caso a Ucrânia recuse retirar tropas, Moscou pode lançar nova onda de ataques para “libertar” Donbas pela força. Impasse diplomático prolongado — com negociações travadas pela exigência territorial russa, a guerra pode se arrastar, sem avanços reais de paz. Crescimento da crise humanitária — regiões afetadas por combates podem registrar novos deslocamentos de civis, danos à infraestrutura e escassez de serviços básicos. Maior polarização internacional — países ocidentais podem aumentar sanções contra Moscou e ampliar o apoio militar e humanitário à Ucrânia.

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