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Senadores dos EUA apresentam resolução para impedir ataque militar à Venezuela sem aval do Congresso

Um grupo bipartidário de senadores dos Estados Unidos apresentou nesta terça-feira (2) uma resolução para bloquear qualquer ofensiva militar contra Venezuela sem a aprovação prévia do United States Congress. O movimento surge em meio a crescentes tensões diplomáticas e temores de escalada militar após declarações do presidente americano Donald Trump sobre a possibilidade de ataques diretos às forças venezuelanas. 

⚠️ O que a resolução propõe

A proposta, conhecida como War Powers Resolution — Resolução de Poderes de Guerra — exige que qualquer ação militar contra a Venezuela só seja autorizada mediante votação no Congresso.  Os senadores responsáveis pela iniciativa incluem Tim Kaine (Democrata-Virgínia), Chuck Schumer (Democrata-Nova York), Adam Schiff (Democrata-Califórnia) e o republicano Rand Paul (Ky.), demonstrando apoio cruzado entre partidos.  No comunicado oficial, os parlamentares afirmaram que “ações militares não autorizadas contra a Venezuela seriam um erro colossal e custoso, que arrisca desnecessariamente a vida de nossos militares”. 

📜 Contexto recente que motivou a iniciativa

Desde setembro de 2025, as Forças Armadas dos Estados Unidos realizaram múltiplas operações navais e ataques a embarcações suspeitas de contrabando próximos à costa da Venezuela. Autoridades norte-americanas afirmam que essas ações visam combater narcotráfico — mas críticos alertam que o padrão de operações e declarações oficiais podem indicar intenções de intervenção mais ampla.  O presidente Trump chegou a afirmar que uma ofensiva terrestre poderia ocorrer “muito em breve” — o que aumentou a pressão por uma medida que assegure controle do Congresso sobre decisões de guerra. 

🔎 O que a medida significa politicamente

A proposta dos senadores representa uma tentativa clara de reafirmar o papel constitucional do Congresso americano como o único órgão autorizado a declarar guerra — limitando a margem de manobra do Executivo para iniciar conflitos. Caso aprovada, a resolução obrigaria o governo a obter aval parlamentar antes de qualquer ataque que envolva tropas em terra, águas territoriais ou ar contra a Venezuela. 

Para os defensores da medida, a iniciativa é também uma resposta à crescente preocupação com os riscos de escalada militar, impactos humanitários e repercussão diplomática na América Latina. 

📅 Histórico recente de tentativas semelhantes

Não é a primeira vez que o Congresso tenta colocar freios nas ações militares dos EUA contra Caracas. Uma proposta similar havia sido rejeitada em novembro de 2025, por 51 votos contra 49 no Senado — com apenas dois republicanos apoiando a restrição. 

Na ocasião, defensores da resolução alertaram que as operações contra supostas embarcações de narcotráfico já estavam ultrapassando os limites legais, e que havia o risco real de missão de “combate ao tráfico” se transformar em agressão militar direta. 

🧭 O que esperar agora

Se concretizada, essa nova resolução pode impor embargos concretos a operações militares futuras, obrigando o governo a apresentar justificativas detalhadas e evitar ações precipitadas. Do contrário, mesmo com o apoio de senadores de ambos os lados, há forte resistência de alas republicanas, especialmente daquelas que defendem maior liberdade de ação para o Executivo em questões de segurança nacional.

Para analistas externos, a articulação evidencia uma divisão interna nos EUA sobre a política externa da administração Trump — e reforça a complexidade de qualquer intervenção sobre a Venezuela. A expectativa é que, nos próximos dias, a resolução avance ou gere debates intensos sobre a legalidade e os impactos de uma eventual ação militar.

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