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Trump veta África do Sul do G20 e convida Polônia: novo desenho do bloco global

O presidente dos Estados Unidos anunciou nesta segunda-feira uma reviravolta na composição do G20: África do Sul foi vetada de futuras reuniões do grupo e a Polônia foi convidada a ocupar seu lugar — parte de uma iniciativa que, segundo Washington, visa criar um “novo G20”. 

🇺🇸 O que motivou o veto

Segundo declarações oficiais, o governo americano justificou a exclusão da África do Sul com acusações de perseguição à minoria branca e desapropriações de terras sem compensação — alegações que o governo sul-africano nega veementemente. 

Por sua vez, a Polônia foi apresentada pelos EUA como “parceira natural”, com base no recente crescimento econômico e alinhamento político com Washington. 

🌍 O que muda no G20

A proposta de introduzir a Polônia e excluir a África do Sul altera profundamente o perfil geográfico e político do G20 — tradicionalmente composto por economias de todas as regiões do globo, incluindo nações africanas. A mudança tende a deslocar o foco do bloco, privilegiando economias alinhadas com Washington e reduzindo a representatividade do continente africano.

Com isso, temas como justiça social, desigualdade global, mudanças climáticas e agenda de sustentabilidade — frequentemente pautados por membros africanos — podem perder força, dando espaço para uma agenda mais restrita a comércio, inovação e parcerias econômicas, conforme a proposta americana. 

⚠️ Repercussões diplomáticas e críticas

A decisão provocou reação imediata da liderança da África do Sul. O presidente sul-africano reafirmou que o país continuará se considerando membro legítimo do G20 e rejeitou as acusações dos EUA. 

Especialistas em relações internacionais alertam para os riscos à credibilidade do G20 como fórum de cooperação global. “A exclusão de um país fundador e a inclusão de outro sob critérios políticos mina o espírito de consenso e multilateralismo do grupo”, afirmam críticos.

Além disso — segundo analistas — a mudança pode alimentar tensões entre os membros, especialmente entre países do Sul Global, que historicamente defendem pautas de desenvolvimento, clima, dívida externa e desigualdade.

🔭 O que observar nos próximos meses

A reação dos demais países membros do G20: será que outros países apoiarão a nova composição proposta pelos EUA ou haverá resistência a uma “repolitização” do bloco? A agenda prioritária do chamado “novo G20”: quais temas entrarão — comércio, energia, inovação, segurança — e quais serão preteridos (clima, desenvolvimento sustentável, equidade global). A postura da comunidade internacional e de organismos multilaterais diante da reconfiguração: como reagirão União Europeia, Nações Unidas e países africanos?

Para o Brasil — que participa regularmente do G20 — a mudança representa risco de perda de equilíbrio de voz global: a ausência de um membro africano pode reduzir diversidade de interesses e empurrar pauta para temas mais alinhados a mercados desenvolvidos.

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