Isabel Gallotti pediu a perda do mandato e a inelegibilidade; ministro Antonio Carlos Ferreira pediu vista e o plenário ainda não chegou a uma decisão final.
Na sessão desta terça (4), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) iniciou o julgamento que pode cassar o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, por suposto abuso de poder político e econômico na campanha de 2022. A ministra relatora do caso, Isabel Gallotti, votou pela cassação dos mandatos e pela declaração de inelegibilidade, acompanhando o entendimento do Ministério Público Eleitoral de que houve “distribuição massiva e obscura de recursos públicos” com finalidade eleitoral.
Logo após o voto da relatora, o ministro Antonio Carlos Ferreira pediu vista, suspendeu a sequência do julgamento e levou o processo para análise — o pedido de vista interrompe temporariamente a sessão e posterga os votos dos demais ministros. Entre os que ainda deverão (ou poderiam) votar sobre o caso estão Floriano de Azevedo Marques, Estela Aranha, Kassio Nunes Marques, André Mendonça e Cármen Lúcia, segundo a cobertura da sessão e a pauta do tribunal.
O processo apura contratações temporárias e a descentralização de recursos a órgãos como a Ceperj e a UERJ, que, segundo a acusação, teriam sido instrumentalizadas para favorecer eleitoralmente grupos ligados ao então candidato em 2022. O Ministério Público Eleitoral afirma que mais de centenas de milhões teriam sido movimentados com esse propósito — tese que Gallotti acolheu em seu voto.
A defesa de Cláudio Castro nega irregularidades e aponta que o Tribunal Regional Eleitoral do Rio (TRE-RJ) já havia rejeitado as acusações por ausência de provas em instância anterior; agora, o desfecho ficará atrelado ao entendimento da maioria do TSE quando o julgamento for retomado.
O que vem a seguir: o ministro Antonio Carlos Ferreira — que pediu vista — deve devolver o processo ao plenário quando concluir seu exame. Só então serão anotados os votos faltantes e tomada a decisão final. Se confirmada a cassação, o governador perderá o mandato e ficará sujeito a inelegibilidade, com efeitos diretos no cenário político estadual.






